Virtudes

Há sempre, no mínimo, duas formas de encarar as situações. Pode-se vê-las pelo lado positivo, ou pelo lado negativo. Avaliar os méritos, ou então os deméritos. Enfatizar o que é bom, ou então dar foco àquilo que é ruim. É aquela história: alguns vêem o copo meio cheio; outros, meio vazio.
Não foram raras as vezes que me deparei com comentários de pessoas dizendo que não assistiam mais à televisão. “Lá só mostram tragédias, acidentes, desastres, notícias ruins. Não vale a pena”. Realmente, tenho que concordar: até pelo fato de isso, teoricamente, dar mais ibope, a TV dá, sim, mais atenção às notícias ruins do que às boas. E isso acabou virando uma espécie de cultura televisiva. Parece até que eles nem avaliam mais a possibilidade de criar um programa diário de boas notícias.
No entanto, nunca é demais enfatizar aquilo que é bom. Por mais despercebido que passe à maioria das pessoas, no mínimo, poderá servir como exemplo a alguns. Até acredito que tenha alguma utilidade conhecer o que é ruim, pois assim se pode evitá-lo, mas acredito que tudo poderia ser muito melhor se as atenções fossem mais voltadas ao que está certo, e não aos eventuais problemas que, convenhamos, sempre vão existir, já que nada é perfeito.
Por isso, a partir dessa edição, passo a escrever uma série de matérias acerca de um tema que, no meu ponto de vista, deveria receber mais a nossa atenção. Dentre os livros que possuo em casa, tenho um “livro de cabeceira”, que, de tempos em tempos, releio, se não inteiro, pelo menos algumas de suas partes. Em português, chama-se “Pequeno Tratado das Grandes Virtudes”, cujo autor é André Comte-Sponville.
Trata-se de um livro relativamente fácil de se ler, principalmente quando comparado a outras obras que abordam temas filosóficos como esse. No entanto, em, alguns pontos, para quem não é estudioso no assunto, é tão denso que , em contradição ao que acabei de dizer, acaba se tornando de difícil entendimento. Porém, nada me tira da mente que se trata de uma obra muito útil à construção de uma personalidade repleta de virtudes.
O livro aborda virtudes, 18 delas, as que o autor considera essenciais. Nossa proposta é trazer, com palavras mais fáceis, algumas idéias sobre essas virtudes, além, é claro, de aguçar a curiosidade para, quem sabe, incentivar a leitura. Enfim, nem mesmo eu sei como sairão as matérias, mas acho que vale a pena esperar por elas.
E o que isso tem a ver com o MZ? Ora, tudo! Afinal de contas, nossas decisões (em nossos times) e atitudes (principalmente no fórum) dentro do MZ são nada mais, nada menos, que o retrato perfeito de nós mesmos, em nossas vidas reais. Quem sabe não fique mais fácil perceber isso ao longo das próximas semanas, quando os convidarei a passear pelo mundo das virtudes.
Ótima semana a todos!